Users: 11
Com a temporada de premiações em força, está na hora de olharmos para os 10 filmes com maior probabilidade de conquistarem Melhor Filme nos Óscares 2024.
10. MAESTRO, DE BRADLEY COOPER
Sinopse: Maestro é uma imponente e destemida história de amor que narra a relação vitalícia entre Leonard Bernstein e Felicia Montealegre Cohn Bernstein. Numa carta de amor à vida e à arte, Maestro é, acima de tudo, um emocionante retrato épico da família e do amor.
Elenco: Carey Mulligan, Bradley Cooper, Matt Bomer, Maya Hawke, Sarah Silverman, Josh Hamilton
Avaliação da crítica: 77 (Metacritic) / 85% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
A Netflix parece estar investida em fazer de “Maestro” o seu candidato principal. A boa recepção em Veneza e no festival de Nova Iorque contrariou as expetativas pessimistas. A aclamação não é universal, mas a paixão pela música e pelo ofício de contar histórias parece ser algo que vai cativar muita gente. Há até quem defenda que o trabalho de Cooper em realizador aqui é mais interessante do que em “Assim Nasce uma Estrela”.
Entre as categorias onde o filme pode surgir, destacam-se: Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Argumento Original, Melhor Caracterização, Melhor Figurino, Melhor Som, Melhor Fotografia e Melhor Filme.
9. A COR PÚRPURA, DE BLITZ BAZAWULE
Sinopse: Adaptação musical do romance de Alice Walker sobre as lutas de uma mulher afro-americana que viveu no sul durante o início do século XX.
Elenco: Fantasia Barrino, Danielle Brooks, Taraji P. Henson, Colman Domingo, Halle Bailey
Avaliação da crítica: 78 (Metacritic) / 72% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
Se dúvidas houvessem sobre o potencial de “A Cor Púrpura” na corrida ao Óscar, essas foram todas dissipadas com a entusiasta recepção crítica a que temos assistido.
Adaptado de um livro que já originou um filme homónimo de Steven Spielberg nomeado ao Óscar, este musical tem sido descrito como uma experiência forte e emotiva, que deslumbra pela fotografia de Dan Lausten, as coreografias e as suas músicas, e ainda o seu elenco, sendo que Danielle Brooks disparou como a grande favorita à estatueta de Melhor Atriz Secundária.
Perante aquilo que temos ouvido, as chances da longa-metragem na corrida passam pela categoria de Melhor Canção Original, Melhor Figurino, Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção, Melhor Caraterização, Melhor Ator Secundário (Colman Domingo), Melhor Atriz Secundária (Danielle Brooks & Taraj P. Henson), Melhor Atriz (Fantasia Barrino) e Melhor Filme.
8. THE ZONE OF INTEREST, DE JONATHAN GLAZER
Sinopse: O comandante de Auschwitz, Rudolf Höss, e a sua mulher, Hedwig, tentam construir uma vida de sonho para a sua família numa casa com jardim junto ao campo de concentração.
Elenco: Christian Friedel, Sandra Hüller, Medusa Knopf, Daniel Holzberg, Ralph Herforth, Maximilian Beck
Avaliação da crítica: 95 (Metacritic) / 92% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
Para muitos, este é a grande conquista cinematográfica do ano e já deixou a sua marca no festival de Cannes onde venceu o Grande Prémio.
Representante do Reino Unido na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, é já um dos favoritos à estatueta e o seu estatuto na corrida pode viabilizar uma nomeação nas categorias principais da cerimónia, como aconteceu com “Drive my Car”.
O facto de que Jonathan Glazer é um dos nomes mais fortes na categoria de Melhor Realizador, dado o perfil mais internacional desse departamento, também auxilia o filme a ser visto como um sério concorrente.
Não será o tipo de filme que veremos os percursores a abraçarem, mas reúne o importante apoio da ala europeia e deverá mostrar força no BAFTA. Além disso, sendo um longa que tem gerado tanta discussão e paixão, deverá ter condições para conseguir muitos números um dos votantes e conquistar o seu lugar nesta lista.
Em termos de nomeações, o filme pode surgir em Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Realizador, Melhor Som, Melhor Fotografia, Melhor Banda Sonora, Melhor Design de Produção e Melhor Filme.
7. ANATOMIA DE UMA QUEDA, DE JUSTINE TRIET
Sinopse: Quando o seu marido Samuel é misteriosamente encontrado morto, Sandra torna-se a principal suspeita, o que levará a um julgamento que mergulhará nas profundezas do complicado casamento de Sandra e Samuel.
Elenco: Sandra Hüller, Milo Machado Graner, Swann Arlaud, Jehnny Beth
Avaliação da crítica: 86 (Metacritic) / 96% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
Estamos perante o filme que derrotou “The Zone of Interest” e venceu a cobiçada Palma de Ouro em Cannes, o que é por si só um grande feito.
“Anatomia de uma Queda” é o outro candidato que vai beneficiar do forte apoio da ala europeia e do prestígio que uma vitória em Cannes associa a um projeto como este.
Por ser um thriller de tribunal eficaz, envolvente e extremamente acessível, é fácil de imaginar este a ser um daqueles filmes que qualquer pessoa pode ver e apreciar, mesmo que não seja o seu favorito do ano. Há até quem o compare às séries “true crime” que toda a gente devora no streaming.
Mesmo quando a França nos trocou as voltas e não o selecionou como o seu representante, o filme de Triet ainda é um grande candidato.
“Anatomia de uma Queda” poderá surgir em Melhor Realizador, Melhor Atriz (Sandra Hüller), Melhor Argumento Original e Melhor Filme.
6. OS EXCLUÍDOS, DE ALEXANDER PAYNE
Sinopse: Um professor rabugento de uma prestigiada escola americana, é obrigado a ficar no campus durante as férias de Natal para cuidar dos poucos alunos que não têm para onde ir. Acabando por criar uma improvável amizade com um desses alunos, um jovem problemático e inteligente, e com a cozinheira-chefe da escola, que acabou de perder um filho no Vietname.
Elenco: Paul Giamatti, Dominic Sessa, Da’Vine Joy Randolph
Avaliação da crítica: 81 (Metacritic) / 96% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
As expetativas eram muito boas para esta dramédia de Alexander Payne e parecem ter sido correspondidas. Trata-se de um filme que procura trazer alguma nostalgia aos votantes, sendo executado ao estilo dos anos 70.
Outro factor a ter em conta é o sucesso da obra que tem conseguido afirmar-se no top10 do box office doméstico, mesmo estando disponível num número reduzido de cinemas.
Descrito como uma longa-metragem cheia de coração, esta parece ser aquela opção mais tradicional, como “Green Book” ou “Belfast”, que consegue dar-se bem com a Academia, mesmo que não venha para disputar o grande prémio.
A grande dúvida será se Paul Giamatti conseguirá quebrar a maldição e ser nomeado na categoria de Melhor Ator após ter sido ignorado pela Academia por “Sideways” em 2005, uma das maiores injustiças da última década.
“Os Excluídos” é um filme que promete concorrer em categorias como Melhor Montagem, Melhor Ator Secundário (Dominic Sessa), Melhor Atriz Secundária (Da’Vine Joy Randolph), Melhor Ator (Paul Giamatti), Melhor Argumento Original e Melhor Filme.
5. AMERICAN FICTION, DE CORD JEFFERSON
Sinopse: Monk é um romancista frustrado que está farto que a indústria lucre com o entretenimento “negro” que depende de estereótipos cansados e ofensivos. Para provar o seu ponto de vista, Monk usa um pseudônimo para escrever o seu próprio livro “negro” bizarro , um livro que o leva ao coração da hipocrisia e da loucura que ele afirma desprezar.
Elenco: Jeffrey Wright, Issa Rae, Tracee Ellis Ross, John Ortiz, Erika Alexander, Sterling K. Brown
Avaliação da crítica: 82 (Metacritic) / 96% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
Estamos perante um candidato que há alguns meses não era sequer cogitado, mas no Festival de Toronto chegou, viu e venceu.
Esta sátira afiada sobre a representação das minorias rapidamente conquistou os seus fãs e tem do seu lado um dos maiores indicadores na corrida, o TIFF’s People Choice Award. Desde “Guia para um final feliz” em 2012 que todos os vencedores deste prémio, surgem na categoria de Melhor Filme.
Este tipo de distinção funciona como uma mensagem para a distribuidora e para a indústria de que este é um filme que vale a pena ter debaixo de olho. A Amazon promete que irão trabalhar na promoção e campanha em força a partir de dezembro, aquando do lançamento da obra nos cinemas americanos.
Em termos de categorias, o filme pode surgir em Melhor Ator Secundário (Sterling K. Brown), Melhor Montagem, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Ator (Jeffrey Wright) e Melhor Filme.
4. BARBIE, DE GRETA GERWIG
Sinopse: Barbie vive na sua terra com o seu Ken, rodeada de várias outras Barbies. Tudo corre bem até ao dia em que começa a sentir alterações na perfeição da sua vida. Barbie ruma então ao mundo real, onde se cruza com empregados da Mattel, a marca de brinquedos que a criou.
Elenco: Margot Robbie, Ryan Gosling, America Ferrera, Issa Rae, Kate Mckinnon, Will Ferrell
Avaliação da crítica: 80 (Metacritic) / 88% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
“Barbie” é o filme mais bem-sucedido do ano e um fenómeno cultural daqueles que dificilmente a Academia vai querer ignorar.
Divisivo, é certo, mas o tipo de obra que suscita um grande nível de paixão que a catapulta para o topo das escolhas. Como aprendemos o ano passado, um filme dito parvo e não consensual (“Tudo em Todo o Lado ao mesmo tempo”) pode triunfar no Óscar se a sua mensagem e abordagem ressoar de forma significante com a audiência.
A seu favor, “Barbie” tem também a credibilidade de Greta Gerwig, uma realizadora previamente abraçada pela Academia. Um factor que faz com que o filme seja levado a sério pelo público em geral, já não é só “o filme da boneca”.
Com um enorme trabalho de construção de mundo e uma mensagem de emancipação feminina, não vale a pena descartar esta história de sucesso da corrida e o esperado é que possa aparecer em categorias como Melhor Atriz Secundária (America Ferrera), Melhor Atriz (Margot Robbie), Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino, Melhor Caracterização, Melhor Montagem, Melhor Canção Original (“What Was I Made for?” & “I’m just Ken”), Melhor Realizador, Melhor Ator Secundário (Ryan Gosling), Melhor Argumento (Adaptado ou Original, eis a questão) e Melhor Filme.
3. ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES, DE MARTIN SCORSESE
Sinopse: Na viragem do século 20, o petróleo trouxe fortuna à Nação Osage, e os seus habitantes tornaram-se pessoas ricas de um dia para o outro. A riqueza destes Nativos Americanos, rapidamente atraiu intrusos brancos, que manipularam, extorquiram tudo o puderam, até recorrerem ao assassinato.
Elenco: Leonardo DiCaprio, Lily Gladstone, Robert De Niro
Avaliação da crítica: 89 (Metacritic) / 92% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
A nova obra-prima do mestre Scorsese é um dos filmes mais comentados e aclamados do ano, mas não parece estar tão bem posicionada para disputar o grande prémio.
Todavia, é inegável que é um dos principais candidatos e deverá conquistar um grande número de indicações, até devido à sua natureza épica.
Ao contrário de “O Irlandês”, este não deverá ser um filme que sai da cerimónia de mãos a abanar, sendo que Lily Gladstone parece ser a maior chance de triunfo para “Killers of the Flower Moon”.
“Assassinos da Lua das Flores” tem a capacidade de competir em categorias como Melhor Figurino, Melhor Design de Produção, Melhor Som, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Banda Sonora, Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Ator Secundário (Robert De Niro), Melhor Argumento Adaptado, Melhor Realizador, Melhor Atriz (Lily Gladstone) e Melhor Filme.
2. OPPENHEIMER, DE CHRISTOPHER NOLAN
Sinopse: O físico J. Robert Oppenheimer trabalha com uma equipa de cientistas durante o Projeto Manhattan, levando ao desenvolvimento da bomba atômica.
Elenco: Cillian Murphy, Robert Downey Jr., Emily Blunt, Matt Damon
Avaliação da crítica: 88 (Metacritic) / 93% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
“Oppenheimer” é o grande favorito na maioria das categorias e conquistou essa posição por conseguir agradar ao público e à crítica em simultâneo.
Perto de alcançar os mil milhões na bilheteira internacional, esta biografia de três horas conseguiu um feito histórico e assume-se como a luz ao fundo do túnel para muitos nomes da indústria, provando que ainda é possível fazer cinema original e instigante que consiga chegar ao grande público.
Trata-se também de uma obra que ressoa muito com o tempo que vivemos, o medo constante de uma guerra nuclear.
Com tanto a seu favor, ainda há uma desconfiança de que este seja o candidato escolhido por uma Academia que tem se dedicado a abraçar obras que falam mais ao coração como “CODA” ou “Everything Everywhere all at Once”.
Mesmo que “Oppenheimer”, assegure o seu estatuto e consiga dominar os percursores, essa desconfiança nunca vai desaparecer, principalmente porque a categoria de Argumento tem sido decisiva em indicar o vencedor do Óscar e com uma competição tão feroz como “Killers of the Flower Moon”, “Poor Things” e “American Fiction”, não me parece que “Oppenheimer” consiga justificar uma vitória.
No entanto, o potencial do filme de Christopher Nolan nesta corrida é inegável e poderá surgir em categorias como Melhor Caracterização, Melhor Atriz Secundária (Emily Blunt), Melhores Efeitos Visuais, Melhor Figurino, Melhor Design de Produção, Melhor Som, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Banda Sonora, Melhor Ator (Cillian Murphy), Melhor Ator Secundário (Robert Downey Jr.), Melhor Argumento Adaptado, Melhor Realizador, e Melhor Filme.
1. POBRES CRIATURAS, DE YORGOS LANTHIMOS
Sinopse: A jovem Bella Baxter é trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter. Querendo ver mais do mundo, ela foge com um advogado e viaja pelos continentes. Livre dos preconceitos da sua época, Bella exige igualdade e libertação.
Elenco: Emma Stone, Mark Ruffalo, Ramy Youssef, Willem Dafoe
Avaliação da crítica: 93 (Metacritic) / 94% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar:
Até à sua estreia em Veneza, “Poor Things” era visto como um candidato de segunda linha, todavia as primeiras reações mostraram logo que a Searchlight tinha um diamante nas suas mãos.
O tipo de paixão que um filme como este causa no público nunca deve ser subestimado e muitos vão argumentar que o conteúdo explícito e bizarro dificulta o seu triunfo. Todavia, já sabem a minha resposta: “Tudo em Todo o Lado ao mesmo Tempo”.
Por esta altura, já percebemos que esta é uma Academia que priveligia visões artísticas fortes e filmes que tenham algo a dizer. “Poor Things” é um filme que, tal como “Barbie”, traz uma mensagem forte de empoderamento feminino, mas com um selo mais artístico e credível.
Vencedor do Leão de Veneza, a comparação direta tem sido com “A Forma da Água”, outro filme fora dos moldes e com uma visão muito específica que apaixonou Veneza e depois conquistou o Óscar. Este ano, a corrida parece estar bem disputada, no entanto “Pobres Criaturas” parece mesmo ser aquele filme que vai começar a dominar graças à forma como impacta as pessoas.
Tratando-se de um escopo de fantasia, o filme poderá surgir em categorias como Melhor Caracterização, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Figurino, Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Banda Sonora, Melhor Ator Secundário (Mark Ruffalo & Willem Dafoe), Melhor Argumento Adaptado, Melhor Realizador, Melhor Atriz (Emma Stone) e Melhor Filme.
E tu, qual acreditas que vai ser o próximo vencedor do Óscar de Melhor Filme?